Projeto do PIBITI vence no 21º Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica

Na última quarta-feira, dia 29 de maio, foram anunciados os vencedores da 21ª edição do Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica. O estudante de medicina veterinária  do campus Sertão, Everton Luiz da Silva, foi indicado e levou o prêmio com a pesquisa "Violência no contexto doméstico e familiar, segurança pública e saúde: tecnologia social a serviço das mulheres do Semiárido Sergipano.” Com a orientação da professora Patrícia Rosalba do Departamento de Educação em Ciências Agrárias e esforços do grupo Xique-Xique, que realiza pesquisas voltadas aos campos de gênero e sexualidade, foi criado um aplicativo chamado "Me Deixe".

Foto: João Carlos - Agitte

O projeto foi submetido ao edital PIBITI 2022/23 e, posteriormente, a Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia (AGITTE) realizou a proteção tecnológica e o registro no INPI. O objetivo do aplicativo é auxiliar mulheres vítimas de violência doméstica no estado de Sergipe. No aplicativo, os chamados são monitorados e direcionados ao Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) e, após isso, a denúncia é encaminhada para a Polícia Militar que vai direcionar a equipe mais próxima do local para verificar os casos.

A ideia de criar o app surgiu, conforme explica a professora Patrícia Rosalba, de pesquisas  realizadas sobre o tema das violências domésticas, tendo como motivador também a pandemia da COVID-19, “período em que muitas mulheres passaram a viver confinadas com seus agressores sem conseguir fazer denúncias ou acionar a rede de acolhimento e proteção em caso de violência doméstica”. Diante dessa situação alarmante, veio a ideia de criação do aplicativo, o qual precisaria ser de fácil acesso para ser usado de forma emergencial pelas mulheres quando estivessem em situação de violência. A partir disso, a professora convidou pesquisadores da UFS e do IFS para trabalharem em conjunto, além de contarem  com a parceria da Secretaria de Segurança Pública de Sergipe.

A motivação de entrar na jornada de pesquisa tecnológica surgiu do desejo de “criar um futuro melhor [...] e da colaboração e do compartilhamento de conhecimento como um esforço coletivo que transcende fronteiras culturais e disciplinas”, diz Everton à Agitte. Ele também pontua que cada experimento, protótipo e linha de código dos projetos, representam um passo em direção a um mundo mais eficiente, seguro e acessível. Esses projetos são impulsionados pela esperança de que, através da inovação, será possível superar desafios cotidianos. 

Representar a Universidade Federal de Sergipe (UFS) na Cerimônia de Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) é recebido por Everton com orgulho e responsabilidade, marcando o “ápice de um compromisso com a excelência acadêmica e a pesquisa inovadora". O discente finaliza mencionando que carrega consigo não só as expectativas da instituição, como também “a esperança de inspirar futuras gerações a perseguir o conhecimento e a contribuir para o avanço da ciência no Brasil”.

Esta é a terceira vez que a Universidade Federal de Sergipe recebe o prêmio, sendo a primeira vez na categoria de Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes. Desta forma este é um projeto que irá impactar de forma positiva a sociedade sergipana na luta contra a violência doméstica no estado ao mesmo tempo que estreita ainda mais os laços entre universidade e sociedade. “O impacto deste aplicativo na sociedade será profundo, ao oferecer um meio seguro e acessível para denunciar os abusos de violência doméstica, o aplicativo promete ser um farol para aqueles que, até então, se encontravam em silêncio e isolamento.” pontuou Everton. A professora Patrícia Rosalba complementa que “É um projeto de grande relevância social e já estamos impactando a sociedade, na medida em que colocamos a universidade e seus pesquisadores pensando alternativas para solucionar problemas sociais, essa é uma das funções fundamentais da ciência, da tecnologia e da educação.”

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Entrevista e escrita: João Carlos

Revisão: Rodrigo Santos

Revisão Geral e Formatação: Letícia Almeida e Marina Almeida